quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Primeiro cadeirante boxeador do Brasil é de Campo Grande


Paraplégico há 31 anos, Evaldo Cerqueira, de 50, está acostumado a superar obstáculos. Mas sua paixão por esportes o levou a nocautear uma barreira que parecia intransponível: ele é o primeiro boxeador cadeirante do Brasil. Morador de Campo Grande, o atleta pioneiro descobriu os golpes no Centro Esportivo Miécimo da Silva, no próprio bairro, em 2006. Quem o levou ao ringue foi o treinador Leandro Zulu, que também é técnico da seleção brasileira.


— Eu via o Evaldo quicando uma bola de basquete pelo centro esportivo e até jogando tênis. Então me perguntei: “Se o cara faz isso tudo, por que não convidá-lo para lutar?” — diz o técnico, que apresentou uma monografia na faculdade de Educação Física sobre adaptação do boxe às condições dos deficientes físicos.


Em 1979, o então ajudante de pedreiro foi confundido com outra pessoa em um bar e levou quatro tiros. No ano seguinte, já numa cadeira de rodas, iniciou um tratamento na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). Na unidade, começou a praticar basquete. Ele chegou a disputar, pela ABBR, o Campeonato Rio-São Paulo. Hoje, continua jogando “uma peladinha com os amigos” nos finais de semana.
 Em 1992, Evaldo decidiu experimentar novos desafios e ingressou na carreira de ator. Fez dois cursos e atuou em uma peça e no média-metragem “Família em preto e branco”, de 2007. Na época das filmagens, já estava envolvido com outro hobby: o boxe.

Para que Evaldo praticasse boxe, o esporte precisou ser reformulado. Em vez de trocar socos entre quatro cordas, o lutador faz um circuito que envolve corrida entre cones, movimentos com cordas, golpes em sacos de areia e esquivamento. Seu objetivo é sempre reduzir o tempo de realização dessas tarefas.


— Para que eu comece a lutar de fato, é preciso que haja cadeiras adaptadas e que outros deficientes se interessem pelo boxe. Mas minhas mãos já estão coçando para encarar alguém dentro de um ringue — brinca o atleta.

Fonte: Jornal O Globo / zona oeste

Mulheres no Boxe


Chegar ao verão em plena forma, para muitas mulheres, significa uma árdua batalha que inclui horas diárias dentro de uma academia, fazendo exercícios aeróbicos, musculação e ginástica localizada. No entan
to, há quem já tenha constatado que é possível deixar os pesos e a esteira de lado para lutar, literalmente, contra os quilinhos a mais.
Aulas de boxe tradicional e de outras modalidades de lutas podem queimar até mil calorias em apenas 60 minutos. Foi pensando nisso que a estudante Tamires Rodrigues, de 18 anos, começou a praticar o muay thai, também conhecido como boxe tailandês, há três meses, na academia Libra CT.

— Já emagreci três quilos. Estou achando ótimo — comemora.
Quem pensa que, quando o assunto é luta, mulheres sempre são minoria, nunca viu um treino de boxe na academia Aqualife — lá, elas correspondem a 70% da turma. Com Leandro Zulu — um dos técnicos da seleção brasileira de boxe olímpico — à frente das aulas, 30 alunas dão duro para manter o corpo bonito e levar adversários à lona.

— Para praticar boxe, é preciso pular corda e fazer flexões e abdominais. Não há aparelho de musculação que combata tão bem as gorduras localizadas como essa luta — afirma o professor.

Uma das alunas de Zulu, a bancária Cláudia Rosa treina boxe há seis anos. Segundo ela, que já praticou várias atividades físicas, a modalidade esportiva é “a melhor do mundo para manter a forma”.